– Um poema de Vicente Ávalos –
Ciento e tantos… (Foz)
Nuestros abuelos,
nossos pais,
(nós mesmos)
e aqueles que ainda virão
ocuparam
(ocupamos)
ocuparão
teus portos (in) seguros,
com sonidos tão diferentes quanto possíveis
as dores, las sonrisas, mbo’a’su de los ojos,
se mesclaram
(se mesclam)
se mesclarão
ao silêncio do rio
Ele, inatíngivel pela concordância do(s) verbo(s),
espreita e concede a primeira lição da dialética do mundo.
As águas
foram (são) serão
outras a cada instante
e fomos (somos) seremos
sempre outros
ao olhá-las em qualquer tempo.
Navegando-o, vamos personas,
que eram, (que fuimos), que serão.
Seremos?
*mbo’a’su – dor ou a dor que se sente, em guarani
Vicente Ávalos está desempregado em Puerto Rico, AR.
A foto de autoria desconhecida, mostra um dos vapores que subiam e desciam – ainda sobem e descem em nossas memórias/ações/memórias – o Rio Paraná, nos primórdios do Século XX.