Um poema e Andrea Palmar

Não sou igual
Não sou igual à minha mãe
Não sou igual à sua mãe
Não sou igual às minhas avós
Não sou igual às suas avós
Nem igual aos avôs
Seus ou meus
Cada um tem o seu jeito
De ser
Mas se fomos falar no âmbito da Lei Jurídica, a de Deus, ou no contexto da Biologia ou da Sociologia
Todos somos iguais
Contudo
Discorro sobre o jeito
Modo particular do indivíduo
Não sou igual à sua ou à minha tia,
Tio, vizinha, vizinho, amiga, amigo, irmão, irmã, primo, prima
(tudo o que rima e não rima)
Sobrinho, sobrinha
Não sou igual
Não sou igual ao seu pai
Não sou igual ao meu pai
Não sou igual ao meu ascendente
Tampouco igual ao meu descendente
Apenas não sou igual a ninguém
Ninguém é igual a mim
Eu não sou igual a você
Ninguém é igual a ninguém
Ninguém é igual a ninguém
Eu sou eu
Ninguém é igual a ninguém
E tudo bem
Se eu mudar quem sou
Forçosamente
Esta aqui
Já não serei eu
Esta aqui
Que aqui está
Já terá se rendido
E esta aqui
Já não será eu
O meu eu
Morrerá
Assim o tenho entendido
Aqui jaz
A substância
De Andrea Palmar
Esse será o epígrafo
Escrito na lápide dura e fria
Ao invés da corpolência
Estará a minha essência
Sepultada
Se eu mudar quem sou
Esta aqui
Já não serei eu
Esta aqui
Já terá se rendido
E esta aqui
Já não será eu
O meu eu haverá falecido
Entendido?
Não tente me mudar (enquanto ser vivo
sê autêntico)
Eu gosto de respirar
Luto…
Ou luta?
“eu que lute”
Até à paz
Sou capaz
De manter a minha existência
Hoje ela me satisfaz
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Andreα Pαlmαr é microempresária e escreve em Assunção, PY.