Um poema de Áurea Cunha. Uma foto de Marcos Labanca.
Rio Paraná, para todos!
Rio de muitos peixes
e pescadores solitários.
Rio da pesca permitida
e negócios proibidos.
Rio dos dourados exibidos
e outros menos conhecidos.
Paraná, Rio de ponte e de amizades.
Rio que mantém sua individualidade
até o encontro nupcial com sua amada i-guaçu,
para depois abandonar-se em seus braços,
tornando se um com ela até o destino mar.
Amante fiel,
repete, repete e repete
sempre esse encontro de romance eterno.
Paraná, Rio sitiado
por mansões e palafitas,
ricos e pobres, histórias e memórias.
Paraná, Rio gigante que não julga,
testemunha a baixeza e a santidade do homem com a mesma calma.
Fala sem falar,
ensina sem querer,
aceita sem reclamar
as vicissitudes do vento.
Paraná, Rio dos desesperados
que fazem seu último mergulho em suas pedras quentes.
Ah! Se eles esperassem só mais um pouco
aprenderiam de seus ensinos
e veriam que até as pedras mudam.
Paraná,
Rio de passagens,
caminhos múltiplos que levam a um único lugar.
Rio vital ,
Rio fatal.
Paraná!
Para tudo, para nada , nunca pára.